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quinta-feira, 20 de maio de 2010
HIGIENISMO

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O Higienismo, chamado em inglês de Natural Hygiene, tem como definição: uma ciência de saúde que respeita as leis naturais, processos físicos e químicos que regem o corpo humano, mantendo ativo seu incrível poder de construção e regeneração. Surgiu no final do século XIX quando um grupo de médicos, biólogos e fisiologistas se viram insatisfeitos com a medicina convencional da época , que tinha como foco o tratamento a base de medicamentos e supressão dos sintomas (como ainda é hoje). Assim, nasce o Higienismo, pautado em métodos naturais de tratamento, isto é, que enfatiza toda uma mudança de estilo de vida envolvendo dieta, exposição ao sol, exercícios físicos, descanso, sono e contato com a natureza. Desta forma, propõe que a saúde é o estado natural de todos os organismo vivos e que para ser mantida ou recuperada só necessita dos meios naturais fornecidos pela natureza. Os higienistas aliaram este conhecimento com os avanços científicos feitos na biologia e fisiologia nos últimos 2 séculos. O Higienismo tornou-se mais conhecido através do trabalho do Dr Herbert Shelton, que escreveu dezenas de livros sobre o assunto, no século passado.

Citação do livro "Natural Hygiene - The pristine way of life" Herbert Shelton (Retirado do blog Saúde Frugal: http://saudefrugal.com/higienenatural.htm):

“Todas as estruturas vivas, por mais variadas que sejam, têm um principal propósito, isto é, o de preservar internamente as condições normais da vida. Sensações e instintos tem como propósito básico a mesma produção e preservação da condição interna normal. As sensações são o educador e protetor do homem. Negar a importância dos sentidos é privar-se de um dos maiores meios de auto-proteção e quase único meio de aprendizado do indivíduo. Sem os cinco sentidos, a mente não se desenvolve. Dor e desconforto chamam nossa atenção para coisas e circunstâncias prejudiciais ao nosso bem-estar. Negligenciar a dor, suprimi-la, é privar a si mesmo de um seus mais úteis meios de auto-proteção.”

Princípios Básicos

Todas as doenças possuem 2 possíveis causas originais: um corpo intoxicado ou um corpo desnutrido. Nestes dois casos, o corpo está vulnerável a ação de agentes externos, como microorganismos. Portanto, o principal objetivo do Higienismo é desintoxicar o organismo e fortalecê-lo, assim as defesas naturais do corpo trabalharão de forma eficaz e constante, não permitindo a instalação da doença e proporcionando bem-estar e saúde.
É fácil notar que o estilo de vida urbano que vivemos atualmente favorece a intoxicação do nosso organismo: alimentos industrializados cheios de aditivos químicos, sedentarismo, poluição do ar e da água e etc. Por isso que devemos dar ainda mais importância a estes detalhes, principalmente ao que comemos, se desejamos ter uma vida minimamente saudável nos grandes centros. Com relação à alimentação, são 5 os princípios básicos:
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1. Evitar ou eliminar comidas que produzam toxinas;
2. Ingerir 70% dos alimentos crus;
3. Respeitar as etapas do processo digestivo;
4. Combinar os alimentos adequadamente;
5. Não se alimentar em excesso

Evitar ou eliminar comidas que produzam toxinas
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Em primeiro lugar estão os alimentos industrializados, que recebem uma série de produtos químicos como conservantes, acidulantes e uma série de “antes” que são substâncias nocivas ao nosso organismo, ou seja, geram toxinas. Estes alimentos sofreram uma série de modificações pela indústria e já perderam uma série de nutrientes e, principalmente, a sua vitalidade. A maior parte da nossa alimentação deve constituir de alimentos que estejam na forma que vieram da natureza, não modificados ou minimamente modificados, ou seja, alimentos naturais: frutas, legumes, verduras, sementes, grãos, raízes, leguminosas, castanhas, nozes e etc. A Mãe Terra produz os alimentos perfeitos para a nossa saúde, cheios de vitalidade, mas nós os modificamos tanto que perdemos este néctar, este presente da natureza. O resultado? Cansaço, desânimo, fraqueza, confusão mental, ansiedade, insônia e uma série de sintomas que indicam claramente um organismo intoxicado. Os alimentos da Mãe Terra promovem uma verdadeira faxina no nosso organismo e são fáceis de ser digeridos. Quando economizamos energia na digestão, sobra energia para o corpo se desintoxicar. Em poucos dias já nos sentimos mais dispostos e animados.
Muito cuidado com o consumo excessivo de açúcar branco, café, sal refinado, frituras e gorduras animais, leite e laticínios, carnes e alimentos feitos de farinhas brancas: pão, biscoitos, bolos e etc.

Ingerir 70% de alimentos crus
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Os alimentos in natura estão exatamente na forma como vieram da natureza, portanto estão com o máximo de vitalidade, pois nos oferecem toda a energia vital que captaram do Sol, da Terra, da Água e do Ar, por isso os chamamos de alimentos vivos. Eles são também fonte preciosa de enzimas, vitaminas e sais minerais, fibras e água. Quando o alimento é cozido acima de 45° (o máximo que nossa mão suporta), muitos nutrientes são perdidos, pois são sensíveis ao calor. As enzimas desnaturam, ou seja, perdem a sua função, e desidratamos o alimento. Ou seja, perdemos muito do que o alimento têm para nos oferecer quando nos alimentamos basicamente de comida cozida.
As enzimas são indispensáveis ao nosso organismo, pois são responsáveis por praticamente todas as reações químicas. Elas são essenciais para uma boa digestão, logo, como os alimentos vivos já têm as suas próprias enzimas tornam-se de fácil digestão, poupando-nos de utilizar a nossa reserva de enzimas. Isto significa: menos energia gasta com a digestão, sobra mais para desintoxicar. Simples assim.
As fibras agem como verdadeiras “faxineiras” no nosso intestino, ajudando na eliminação de toxinas e gorduras e prevenindo a prisão de ventre. Alguns pesquisadores afirmam que uma simples prisão de ventre pode ser o início de uma grave doença. Imaginem o quanto de toxinas nosso corpo pode absorver através de fezes que ficam retidas nos intestinos por dias, semanas, meses e até anos. A ciência vem comprovando, nos últimos anos, o papel mais que importante dos intestinos na saúde humana – alguns chamam-no de segundo cérebro, inclusive este é o nome do livro do autor... Outro livro interessante sobre o tema é O Cérebro Desconhecido, de Helio Povoa.
E a água. Salve a Mãe das Águas que nos habita em cerca de 70%, por isso precisamos de uma alimentação com 70% de alimentos ricos em água: frutas, legumes e verduras crus. Assim, mantemos o teor hídrico necessário do nosso organismo e favorecemos a desintoxicação pois será a água que irá eliminar as toxinas.
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Respeitar as etapas do processo digestivo
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Digestão – 12hs às 20hs: Este é o período em que nosso corpo encontra todas as condições favoráveis para a digestão: o aparelho digestivo está mais irrigado de sangue e a produção de sucos digestivos é maior.
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Assimilação – 20hs às 04hs: Nesse período, a maior concentração de sangue nos intestinos potencializa a absorção de nutrientes. Se realizarmos uma refeição complexa depois das 20hs, atrapalhamos a assimilação de nutrientes. A falta de nutrientes ativa a fome e diminui o metabolismo, a fim de defender o organismo, o que acaba atrapalhando no processo de emagrecimento. Devemos preferir alimentos de fácil digesão: frutas, saladas e sopas.

Eliminação – 04h às 12hs: Neste período ocorre a eliminação de todas as toxinas do nosso corpo, através do suor, urina, fezes e respiração. Estas toxinas, quando não eliminadas devidamente, são estocadas no tecido gorduroso e nos músculos, isto é, nas coxas, nádegas, na cintura, nos braços e sob o queixo. Os resultados finais são sobrepeso e obesidade, além de letargia e mal-estar geral. Portanto, respeitar este período é fundamental. Não devemos fazer refeições pesadas ou misturadas, portanto as frutas, os sucos de frutas e o suco verde são os alimentos principais deste momento, pois são de fácil digestão, trazem energia imediata para começar o dia e ainda ajudam na “faxina interna”.


A Combinação dos alimentos

A combinação de alimentos baseia-se na descoberta de que certas combinações de alimentos são digeridas com maior facilidade e eficiência do que outras.
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Frutas: são digeridas em aproximadamente 30 minutos. Devem ser ingeridas com o estômago vazio, pois se permanecerem por mais tempo fermentam junto com o bolo alimentar, portanto não devemos misturá-las com nenhum alimento. Podemos misturar as frutas entre si, menos melancia e melão, que devem ser comidas sozinhas. Abacate, limão, açaí, coco e as frutas secas (em pequenas quantidades) são exceções: podem ser misturados às verduras, legumes, proteínas e carboidratos.
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Proteínas com verduras e legumes: a digestão das proteínas necessita das fibras, enzimas, vitaminas e minerais presentes nos legumes e verduras, principalmente crus. O suco digestivo para decompor as proteínas é ácido, enquanto o dos carboidratos é alcalino. Estes sucos neutralizam-se mutuamente, prejudicando a digestão. Devido a isto, não é indicado misturar em uma mesma refeição alimentos concentrados em proteínas (carnes, frango, peixe, leite e derivados, ovo, carne de soja e tofu) com alimentos concentrados em carboidratos (todos os grãos, farinhas, pão, leguminosas, tubérculos – batatas, inhame, aipim).
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Carboidratos com verduras e legumes: também precisamos da ingestão concomitante de legumes e verduras crus para facilitar a digestão.
A ingestão de líquidos durante as refeições também prejudica o processo digestivo, pois dilui os sucos gástricos e aumenta a permanência do bolo alimentar no estômago.
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Não se alimentar em excesso
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A primeira coisa que devemos aprender para não comermos em excesso é a mastigar bem os alimentos. Na verdade, deveríamos reaprender a mastigar antes mesmo de pensarmos o que devemos comer. Leva-se, aproximadamente 20 minutos para o estômago informar ao cérebro de que está satisfeito. Se você faz um prato enorme e come em 10 minutos.... nunca poderá perceber que poderia ficar satisfeito com metade do que comeu, e com a vantagem de não sentir aquela sensação de peso que gera uma certa sonolência após o almoço, afinal, toda a sua energia está concentrada no excesso de comida que tem que ser digerida no seu estômago. Dá sono mesmo, mas você tem que voltar ao trabalho e então, toma um antiácido e litros de café durante a tarde inteira para manter-se acordado.
- Quantos não vivem assim, dia após dia? Este excesso de comida, antiácidos e cafés poderiam ser reduzidos e até eliminados se soubéssemos, simplesmente, mastigar bem. Alguns dentistas apontam que nossos dentes estão fracos por que não mastigamos mais os alimentos, estimulando-os. Os alimentos crus nos forçam a mastigar, mas boa parte da alimentação das pessoas é feita de alimentos moles e cozidos. Já crescemos o suficiente e continuamos a nos alimentar de papinhas.
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Algumas dicas para reaprender a mastigar:

1-Esteja presente na hora de comer – nada de televisão, revistas, comer em pé e etc.
2-A cada garfada que levar à boca, solte os talheres na mesa e concentre-se na sua mastigação. Vivemos tão apressados que enquanto mastigamos já estamos preparando a próxima garfada. Não é possível ter uma boa saúde com pressa.
3-Feche os olhos ao mastigar para se concentrar melhor no alimento que está na sua boca. Sinta sua consistência e seu sabor e somente engula-o quando estiver quase líquido.
4-Após engolir, você faz a próxima garfada. Lembrando que nada de líquidos durante a refeição, pois esta prejudica ainda mais a digestão. Vivemos com tanta pressa que deixamos de mastigar e usamos o líquido para conseguir engolir o bolo alimentar.
5-O processo de reaprendizagem é lento mesmo, veja há quantos anos você está habituado a comer com pressa? Se você tirar a sua atenção do momento presente, começar a conversar ou pensar em outras coisas, pode ter certeza que o condicionamento o levará a fazer o que está mais habituado. É preciso MEDITAR AO COMER.

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